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Balança comercial: AEB revê projeções e aposta em recordes nas exportações, importações.

Foto do escritor: Thiago CastroThiago Castro

Balança comercial: AEB revê projeções e aposta em recordes nas exportações, importações, corrente de comércio e redução do superávit em 2022.







Brasília – A balança comercial brasileira poderá fechar o ano de 2022 com um triplo recorde: nas exportações, importações e corrente de comércio (exportações+importações) mas terá um superávit de US$ 54,126 bilhões, inferior aos US$ 61,224 bilhões (recorde da série histórica iniciada em 1997) registrado em 2021. Os dados são da revisão da balança comercial para 2022, divulgados hoje (22) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).


A projeção da AEB prevê exportações no total de US$ 319,471 bilhões (alta de 13,8% em relação ao total de US$ 280,633 bilhões alcançado no ano passado. Por outro lado, as exportações devem atingir o patamar de US$ 265,345 bilhões (aumento de 21,0% em comparação com as compras externas de US$ 219,409 bilhões realizadas em 2021). Com esses números, a AEB projeta uma corrente de comércio no total de US$ 584.812 bilhões ante um fluxo de comércio de US$ 500.042 registrado no ano anterior.


Ao apresentar a revisão, o presidente da AEB, José Augusto de Castro, afirmou que para elaborar o estudo levou em consideração “a pandemia, a guerra na Ucrânia, a desaceleração econômica mundial, a inflação mundial, o bloqueio de contêineres e lockdowns na China, o aumento dos custos de fretes internacionais, a falta de matérias-primas, a elevação das cotações de commodities, as operações-padrão no Brasil, a elevação das taxas de juros, entre outros cenários e fatores”.


Segundo ele, “apesar de ter arrefecido seus efeitos negativos, a pandemia continua sendo fator de incertezas econômicas em 2022, com a economia e o comércio mundiais ainda sendo impactados, direta e indiretamente pela Covid-19, provocando ajustes econômicos e iniciativas temporárias em cada país, afetando seus níveis de desenvolvimento, emprego e investimento. Para o Brasil, apesar de tudo, esse cenário econômico tem seus aspectos positivos, pois é beneficiado como país exportador de commodities. O aspecto negativo é que o Brasil torna-se ainda mais dependente das exportações de commodities, produtos com níveis reduzidos de agregação de valor, sobre os quais o Brasil e seus exportadores não têm controle de seus preços e quantum”.



PARTICULARIDADES


Em seu exercício tradicional de acompanhamento dos dados da balança comercial brasileira, a AEB destacou uma série de particularidades:


  • Em 2022 as exportações de soja em grão deverão atingir apenas 75 milhões de toneladas, com redução de 12,8% em volume devido à queda de safra, porém, ainda mantendo a soja como principal produto exportado pelo Brasil, graças à elevação de 29,7% em suas cotações. Em 2021, foram exportadas 86 milhões de toneladas.


  • Em 2022, a soja em grão vai retomar a liderança das exportações brasileiras, com US$ 43,698 bilhões, graças às quedas de preço e volume nas exportações de minério de ferro e à redução de volume de petróleo.


  • O aumento projetado de 13,8% nas exportações e crescimento de 21% nas importações brasileiras contribuirão de forma negativa no cálculo do PIB de 2022.


  • Soja em grão, petróleo em bruto e minério de ferro terão sua participação nas exportações brasileiras reduzidas para 35,3% frente aos 40,5% alcançados em 2021, devido à queda de preços e volumes em suas exportações.


  • Uma vez mais, dentre os 15 principais produtos exportados pelo Brasil 14 são commodities, exceto automóveis, ratificando a falta de competitividade dos produtos manufaturados.


  • A taxa cambial ainda deverá ser motivo de altas e baixas em 2022, num mercado volátil e sujeito a fatores externos e internos impactando suas cotações, que devem oscilar entre o mínimo de R$ 4,70 e o máximo de R$ 5,50, sendo R$ 5,20 a taxa mediana.


  • Os dados projetados de exportação e importação para 2022 sinalizam que, graças às elevadas cotações das commodities, o Brasil poderá deixar a atual 26ª posição no ranking mundial de exportação e ganhar até 4 posições. Com relação às importações, as expressivas altas de preços observadas em bens da indústria de transformação farão o Brasil deixar a atual 29ª posição e ganhar até 5 posições.


  • Em 2021, a balança comercial brasileira de produtos manufaturados apresentou déficit de US$ 111,278 bilhões. Em 2022, até o mês de junho, o déficit alcança US$ 59,511 bilhões, projetando atingir US$ 120 bilhões e superando o recorde do ano passado.


  • Este resultado negativo da balança comercial de produtos manufaturados mantém sua continua queda de participação na pauta de exportações, que após atingir 59% no ano 2000, atualmente representa 28,5%, ou seja, queda de participação acumulada de 51,7%, significando importante perda de divisas e empregos qualificados.



FUTURO DEPENDE DE REFORMAS E REDUÇÃO DO CUSTO-BRASIL


Na percepção da AEB, o futuro do Brasil e do comércio exterior brasileiro em particular, continuam dependentes da realização de duas tarefas indispensáveis: aprovar as reformas estruturais e reduzir o Custo-Brasil.


Na opinião de José Augusto de Castro, “A ausência destas reformas e iniciativas é responsável pelas exportações de commodities serem destaque na pauta de exportação, ao contrário dos produtos manufaturados, com reduzida participação .Assim, vamos analisar as propostas de todos os candidatos, em todos os cargos, e escolher aquele em quem votar conforme criteriosa avaliação. Uma boa escolha é fundamental para o Brasil optar pelo melhor caminho para seu desenvolvimento econômico e social, o que inclui o comércio exterior”.





Fonte: https://www.comexdobrasil.com/balanca-comercial-aeb-reve-projecoes-e-aposta-em-recordes-nas-exportacoes-importacoes-corrente-de-comercio-e-reducao-do-superavit-em-2022/


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