O Brasil nunca vendeu nem comprou tanto dos EUA como em 2022; e também jamais registrou um déficit
Atualizado: 20 de jan. de 2023
Brasília – O intercâmbio comercial entre o Brasil e os Estados Unidos teve em 2022 o melhor ano da série história iniciada em 1997 com marcas recordes nas corrente de comércio (exportações+importações), além de registrar o maior déficit comercial da história do comércio exterior brasileiro.
O intercâmbio bilateral totalizou a cifra recorde de US$ 88,7 bilhões e segundo análise inédita do Monitor de Comércio Brasil-Estados Unidos da Amcham o valor superou em US$ 18,12 bilhões (25,8%) o recorde anterior, estabelecido em 2021.
O relatório, lançado nesta sexta-feira (13) pela Amcham Brasil, em São Paulo, aponta a ocorrência de valores recordes nas exportações e nas importações brasileiras em relação aos Estados Unidos, com crescimento em grande parte dos produtos mais importantes da pauta.
Os resultados sem precedentes em todos os principais indicadores do comércio bilateral revelam o momento de forte dinamismo das relações econômicas entre os dois países, bem como o aumento da relevância dos Estados Unidos para o comércio exterior brasileiro”, afirma Abrão Neto, novo CEO da Amcham Brasil, entidade que reúne cerca de 4.000 empresas.
O Monitor mostra que o comércio bilateral teve desempenho acima da média do comércio exterior brasileiro. O crescimento das exportações do Brasil para o mundo foi de 19,3% enquanto para os Estados Unidos foi de 20,2%. Já o aumento das importações totais brasileiras foi de 24,3% enquanto o das compras vindas dos Estados Unidos foi de 30,3%. Com isso, a participação norte-americana na corrente do Brasil subiu para 14,6%, atingindo o nível mais elevado desde o início da pandemia.
“Para 2023, projetamos uma certa estabilidade nos fluxos bilaterais, com valores próximos aos recordes do ano passado. Há oportunidades importantes para ambos os países, como na economia verde e cadeias de suprimentos. No entanto, será essencial acompanhar a evolução do cenário econômico e geopolítico mundial, que segue volúvel e poderá mudar essas expectativas”, complementa Abrão Neto.
ANÁLISES DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
Em 2022, as importações brasileiras de origem americana alcançaram o recorde de US$ 51,3 bilhões, incremento de 30,3% sobre o ano anterior. O aumento médio dos preços de 35,6% explica em grande parte esse crescimento, sobretudo para fertilizantes, combustíveis e carvão.
Por sua vez, as exportações do Brasil para os Estados Unidos saltaram 20,2% em relação a 2021, atingindo o valor inédito de US$ 37,4 bilhões, puxado tanto pelo aumento de preços como pelo crescimento do volume das exportações, que ocorreu em 7 dos 10 principais itens embarcados para os Estados Unidos.
Apesar do valor histórico da corrente bilateral, o Brasil acumulou um saldo negativo também sem precedentes de US$ 13,9 bilhões, quase 70% maior que em 2021.
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